24 de outubro de 2013

A vida toca para mim, a vida toca para você



Apenas uma bebida, por favor, a frase repetida diversas vezes para aquele pobre garçom que precisava ouvir as mazelas da vida de tantos outros que ali passaram, sofrendo de desilusão. Uma dose, duas doses, três doses e assim sucessivamente, bebia para esquecer a dor, bebia para esquecer o amor. Eu queria sair daquele martírio sem fim, mas, na momento era tão conveniente estar ali, sozinha, bebendo sem companhia e lembrando da imagem do amor perdido, que era projetada naquelas paredes brancas do Texas Bar.

De longe eu avistei um rapaz um pouco diferente de outros que já havia visto naquele mesmo local, ele não era um Brad Pitt da vida, mas convenhamos que também não sou nenhuma Angelina Jolie, sua barba estava por fazer, sua camisa não era impecável de tão lisa, percebia-se de longe que estava amarrotada e mesmo com a distância física que estávamos um do outro, pude notar que ele exalava uma fragrância de cigarro, (odores pelo qual preso em um homem, contradizendo opiniões de outras mulheres)

O seu cheiro era entorpecente, envolvente, não me contive em convida-ló para um bebida, alias depois de ter ingerido alguma doses de tequila, não seria nada difícil tomar essa iniciativa. Com um sorriso acolhedor, ele me disse sim. Sentamos ali, numa mesinha isolada e conversamos sobre toda uma vida, ele me contou sobre suas divergências, seus problemas de trabalho e o término de seu relacionamento. Me debati em silêncio: Somos dois acurados do amor? Nada poderia ser mais perfeito, nada poderia ser mais interessante do que se envolver com alguém que estava na mesma fossa que eu, procurando luz, eu poderia ser a sua luz e ele poderia ser a minha luz, poderíamos nos iluminar.

A noite poderia resultar em somente uma coisa: Cama. Ali seria a prova de tudo, ali seria o teste de que daríamos ou não certo. Lembro-me que naquele dia, vivi algo transcendental, acredito que até a física desafiamos, mas, isso não convém.  Me dei conta que só se cura um amor, com outro amor, só.

E lá estava eu dentro de outra conchinha, dividindo o mesmo copo de bebida, compartilhando a mesma escova de dentes, inalando outro suor, conhecendo outra língua, enroscando-me em outros lençóis. Foi neste dia que percebi que a vida toca, que a dor passa, que o amor sempre cura. Que a vida tocou para mim e que a vida tocou, para você.


2 comentários:

AKKA Fashion disse...

Profundo, fiquei sem palavras... você escreve muito bem!!

Beijos,
http://akkafashion.blogspot.com.br/

sara disse...

Muito bom o texto. Parabéns :)

Beijos

http://mariasaratonini.blogspot.com.br/

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